sábado, 12 de fevereiro de 2011

O PAPEL DO INSTRUTOR

As empresas necessitam capacitar o seu potencial humano, com o intuito de manter o foco nos resultados e crescimento do negócio. Nesse sentido é eficaz a participação dos seus colaboradores em um processo de capacitação contínua. O processo de treinamento é conduzido por um  facilitador, que é a pessoa capacitada para regular o ritmo do grupo, assegurando que todos os participantes interajam de forma construtiva.
Ao dar início a um treinamento nos deparamos com turmas diferentes, com "personalidades" diferentes, necessidades e exigências também diferentes e principalmente, formas de interação diferentes. Cada turma tem a sua própria dinâmica, por isso é interessante observar como se processa essa dinâmica antes do início das aulas. Considero importante receber os alunos na porta da sala e vou interagindo com eles antes do início dos trabalhos. Em qual empresa ele trabalha, o que faz, vem só ou com mais alguém? Essas observaçoes mostram os vínculos existentes entre eles, favorece a percepção das necessidades da pessoa pessoas na fase de inclusão grupal, ficam sempre próximas aos colegas de trabalho, ou de alguém que já conheciam antes. Esse aspecto se acentua  com a  apresentação individual, se você forma duplas eles buscam a companhia das pessoas que já convivem ou conhecem.
Feitas as apresentações, alinhadas as expectativas, acordados os horários, as regras e as demais formalidades necessárias, começo as atividades  de interação e aprendizagem.
As ferramentas de apoio como  vídeo, projetor e jogos de simulação, entre outros;  são importantes aliados no  processo de treinamento, porém é preciso habilidade para utilizá-los. É importante procurar conhecer o grupo e a sua dinâmica para utilizar os recursos instrucionais de maneira adequada.
Acredito que o mais importante é perceber o movimento da turma, a identidade grupal imediatamente formada após nossa aparição inicial e apresentação. Quando percebemos esta identidade inicial, podemos direcionar nosso estilo de acordo com o público à nossa frente.
Tenho como referências de filosofia educacional e aprendizagem, a A Andragogia significa, portanto, “ensino para adultos”. Um caminho educacional que busca compreender o adulto desde todos os componentes humanos, e decidir como um ente psicológico, biológico e social.

Busca promover o aprendizado através da experiência, fazendo com que a vivência estimule e transforme o conteúdo, impulsionando a assimilação.

O adulto, após absorver e digerir, aplica. É o aprender através do fazer, o “aprender fazendo”.

Jorge Larrosa e Walter Kohan, na apresentação da coleção “Educação: Experiência e Sentido”, acentuam a importância da experiência do aprendizado:“A experiência, e não a verdade, é o que dá sentido à educação. Educamos para transformar o que sabemos, não para transmitir o que é sabido”Atualmente, uso como referência teórica e vivencial os conceitos do "aprender a aprender". "aprender a conviver", "aprender a conhecer" e "aprender a fazer", de Jaques Delors e preconizados pela UNESCO como os 4 Pilares da Educação. Não vou aqui dissertar sobre cada um deles e todas as informações estão na internet, sob o nome "4 Pilares da Educação".

Na prática de instrutor de treinamentos e, resumindo, os vivencio da seguinte maneira em sala de aula:
- Passo as informações e conteúdo necessários.
- Elaboro vivências para os alunos explorarem o tema.
- Mostro exemplos externos com filmes, leituras e eventualmente depoimentos de convidados.
- Pergunto constantemente.
- Estimulo a realização das práticas durante seu acontecimento.
- Faço piadas pertinentes e engraçadas, mas sem exageros.
- Dou exemplos práticos, reais e cotidianos.
- Apresento exemplos práticos, reais e desafio os presentes a pensarem em outros parecidos e como seria sua materialização.
- Parabenizo sempre por todas as participações, ideias, debates, discussões, soluções ou ainda, falta de soluções.
- Percebo sempre o comportamento de cada aluno em sala de aula e nunca obrigo o tímido a falar, pois seria uma violência desnecessária e, com que finalidade? Ele pode ser tímido, mas estar fazendo uma revolução pessoal e profissional em silêncio com o que aprende!
- Percebo sempre o comportamento de cada aluno em sala de aula e nunca estimulo o "muito falante" a suprir o silêncio de outros, seria uma incompetência minha, além de utilizá-lo para supri-la.
- Processo todas as tarefas teóricas e as práticas da melhor maneira possível, entendendo que a melhor maneira, diz respeito à minha percepção da situação e que posso falhar em algum momento.
- Deixo canais de comunicação sempre abertos para os treinandos e os gestores tirarem dúvidas que eventualmente ficarem depois do curso, seja por e-mail, telefone e outras mídias. O treinamento (ou curso) acabou, mas dúvidas podem persistir ou novas perspectivas apresentarem-se, após uma reflexão mais calma de cada um em casa.

Não planejei um número exato de itens para explicar como vivencio o conceito apresentado e fico por aqui agora. Devo dizer que um caleidoscópio de emoções, pensamentos, improvisações, certezas e dúvidas sempre se fazem presentes e, os resultados, são em 99% das vezes muito satisfatórios para todos nós. Devo dizer também que o suporte para um treinamento de sucesso é a flexibilidade, humildade, firmeza, humor, integração, percepção de sutilezas comportamentais de cada participante, muita vontade de acertar e de ver os olhos brilhando, naqueles que descobrem novas possibilidades pessoais e profissionais

Nenhum comentário: